Veja os maiores desafios para quem está começando uma carreira e saiba como aproveitar as oportunidades
Não é fácil fazer parte da juventude no mercado de trabalho cada vez mais automatizado: como demonstrar que você é o candidato ideal para a vaga desejada, sem ter experiência profissional? E mais: como saber se uma vaga ou uma empresa, entre tantas, é perfeita para você?
Ao buscar uma primeira oportunidade no mercado de trabalho, são muitos os desafios a serem enfrentados pelos jovens.
Caso você tenha se identificado com esse cenário, continue lendo este nosso post. Aqui reunimos alguns pontos importantes que ajudarão a continuar buscando seu espaço no mundo corporativo!
Neste artigo você verá:
Como está atualmente o mercado de trabalho para os jovens?
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no final de 2022, mais de 9,5 milhões de brasileiros estavam desempregados. Segundo a pesquisa, grande parte desses desempregados eram jovens em duas faixas etárias: de 25 a 39 anos e de 18 a 24 anos.
Mas, se o cenário de desemprego aumenta a competitividade para os jovens no mercado de trabalho, olhando por outra perspectiva, temos cada vez mais pessoas da geração Z (nascidos entre o fim da década de 1990 e 2010) nas empresas — e, por muitas vezes, em cargos de liderança.
A informação é de Cristina Kerr, CEO da CKZ Diversidade, que vem trabalhando com o tema da pluralidade (pessoas com diferentes experiências) nas empresas há mais de 12 anos.
Para quem está no início da carreira, buscando uma primeira oportunidade no mercado de trabalho, há vários desafios, mas também oportunidades. Continue conosco para saber mais!
Quais as oportunidades no mercado de trabalho para os mais jovens?
Apesar dos estudos do IBGE destacarem que os jovens tendem a sofrer mais para conquistar uma vaga no mercado formal de trabalho, há uma série de oportunidades abertas para essa força de trabalho. Dentre elas, destacam-se:
- vagas de trainee;
- vagas de estágio;
- vagas no setor de tecnologia;
- vagas temporárias.
As oportunidades de trainee e estágio são opções mais procuradas por jovens que estão no final da graduação ou acabaram de iniciar os estudos.
Além disso, com as recentes crises econômicas, tem sido uma opção mais viável para as empresas contratar estagiários e trainees e acelerar o conhecimento deles para que logo assumam novos postos de trabalho na organização
No entanto, a digitalização dos processos, também abriu novas oportunidades para jovens que, aquartelados em suas casas durante o isolamento social, resolveram aprender novas habilidades no mundo tech.
Com o aumento da demanda por profissionais da área de tecnologia (TI) nos últimos anos, as empresas que contratam pessoas com essas habilidades já deixaram alguns antigos pré-requisitos de lado.
O diploma universitário, por exemplo, se torna um ponto de partida, mas é recomendado buscar especializações. O conhecimento está na internet de forma gratuita e o autodidatismo desses profissionais está sendo considerado pelo mercado corporativo na hora de contratar.
Outra boa oportunidade para os talentos da geração Z é ficar de olho nas vagas temporárias. Como essas vagas não estão no radar da maioria dos profissionais, o recrutador pode ser flexível nas exigências do cargo e, talvez, contratar um jovem que está ainda se formando.
Quais os desafios enfrentados pelos jovens no mercado de trabalho?
Ao procurar o primeiro emprego, podem surgir muitos pontos de insegurança. De acordo com Luana de Paula, diretora de desenvolvimento de novos negócios no Grupo Cia de Talentos, os jovens precisam enfrentar quatro grandes desafios na hora de buscar uma vaga para iniciar sua carreira:
- apresentar suas competências comportamentais (mesmo sem ter experiência profissional);
- encontrar empresas que deem match com seu propósito (seleção por valores, já ouviu falar?);
- lidar com a ansiedade (infelizmente nem todas as respostas são imediatas);
- conhecer seus pontos fortes e fracos (quem é você, afinal?).
Mas além das questões pessoais, os novatos também encontrarão alguns desafios pelas empresas para as quais irão se candidatar. Para prepará-lo para isso, listamos alguns dos maiores desafios enfrentados pelos jovens no mercado de trabalho atual:
Choque geracional
Muitas empresas estão sofrendo com a falta de integração entre profissionais de diferentes idades no mesmo ambiente de trabalho. É o jovem que só pensa no digital, para quem tudo se resume a uma tela, e os mais experientes que ainda usam papel e caneta para anotar pontos de uma reunião.
Esse choque de gerações se dá também na relação cliente e empresa. Muitos compradores podem considerar um executivo da empresa jovem demais, ou um cliente mais novo pode considerar um atendente mais experiente velho demais para a função.
O que poucos sabem é que colocar essas duas gerações — ou até três ou quatro — no mesmo ambiente de trabalho, é um desafio, porém uma grande oportunidade para todos os envolvidos. Empresas, jovens, adultos mais experientes e até pessoas 60+ só têm a ganhar.
A troca entre profissionais de diferentes gerações pode ser muito rica, pois ambos têm muito a aprender um com o outro.
Habilidades técnicas versus habilidades comportamentais
Uma tendência nas empresas é valorizar competências comportamentais tanto quanto as habilidades técnicas, conquistadas em faculdades, cursos etc.
“Na prática, ainda há uma cobrança sobre qual faculdade o candidato fez, principalmente pensando em faculdades de ‘primeira linha’, o que não é nada inclusivo e acaba restringindo as vagas a quem teve condições para fazer uma faculdade melhor por questões financeiras, por exemplo. Mas as empresas estão precisando mudar isso”, explica Cristina.
Segundo ela, isso ainda acontece porque muitas lideranças chegaram a suas posições por terem muitas “hard skills”, ou habilidades técnicas, e nem tantas “soft skills”, habilidades humanas, comportamentais.
Mas o perfil dos jovens vem mudando e, para quem tem vontade de crescer na empresa e chegar a um cargo de liderança, é preciso combinar um pouco das duas coisas.
Veja algumas habilidades comportamentais cada vez mais valorizados no mercado de trabalho:
- inteligência emocional;
- capacidade de resolução de problemas;
- empatia;
- autoconfiança;
- resiliência e adaptabilidade;
- comunicação e relacionamento interpessoal;
- gestão de tempo;
- espírito empreendedor;
- liderança.
Relacionamento e habilidades sociais
Saber se relacionar com as outras pessoas no trabalho está entre as soft skills mais valorizadas na hora de uma entrevista de emprego, mas não para por aí.
Com a pandemia, o mundo todo experimentou o home office, e essa é uma tendência que veio para ficar. Como manter a boa comunicação interpessoal se, muitas vezes, estamos cada um em uma casa?
Ainda que algumas empresas adotem modelos híbridos de trabalho, em alguns casos o profissional passa a maior parte do tempo trabalhando “sozinho”, conectado à sua equipe apenas pelo celular e chamadas de vídeo. Esse modelo acabou diminuindo a habilidade de comunicação das pessoas.
Segundo a consultoria Gartner, a Geração Z foi a mais impactada por essa realidade. Para a consultoria, a distância, os jovens perdem a possibilidade de desenvolver habilidades interpessoais como negociar, fazer networking, ter confiança ao falar para grandes públicos, entre outras habilidades sociais. Pontos a serem trabalhados por quem quer se destacar em uma equipe.
Para Cristina Kerr, outro ponto delicado é que os jovens têm uma agressividade que precisa ser trabalhada. É preciso aprender a se comunicar de uma forma que consiga se conectar com as pessoas de outras gerações, ainda que você discorde da opinião dela.
Para ela, isso vem através de comunicação não violenta, que precisa ser trabalhada por cada um, e o contato social é fundamental para esse aprendizado.
Assumir grandes responsabilidades logo no primeiro emprego
As funções de estagiário ou aprendiz estão muito bem amparadas pela lei e órgãos especializados nessa relação profissional entre empresa e um jovem que está lá para aprender uma profissão. Porém, observa-se uma tendência nas empresas de atribuir grande responsabilidade a esses novos profissionais.
Algumas organizações buscam profissionais “prontos”, com inglês fluente, entre outras habilidades que deveriam construir em conjunto com esse aprendiz. Vale ficar atento se você estiver buscando uma vaga deste tipo.
Como lidar com esses desafios?
Caso você tenha se identificado com esse cenário, continue lendo nossas dicas. Trouxemos alguns pontos importantes que ajudarão você. Eles foram listados por Luana de Paula, diretora de desenvolvimento de novos negócios no Grupo Cia de Talentos.
Desenvolva seus skills antes de entrar no ambiente de trabalho
De acordo com Luana, as empresas entendem que um candidato que procura estágio ou primeiro emprego não tenha experiência profissional.
Ainda assim, essas empresas esperam que ele já tenha algumas competências que são muito bem-vindas no ambiente corporativo. “Elas querem conhecer seu repertório, saber se você participou de empresa júnior (uma espécie de incubadora de talentos no ambiente acadêmico) e fazer trabalho sociall”, afirma ela.
Esse tipo de experiência desenvolve muitas das competências comportamentais mais valorizadas pelas empresas, tais como trabalho em equipe, comunicação, resiliência e capacidade de análise.
Invista tempo e energia para preencher seu currículo
Saber destacar seus conhecimentos e suas experiências (mesmo que ainda não sejam experiências profissionais) ao preencher seu currículo online é um excelente primeiro passo para conseguir um emprego.
Valorize sua formação, destaque os cursos que você fez e demonstre seu potencial e sua vontade de aprender.
Você organizou a viagem de formatura da sua turma? Fez algum tipo de trabalho voluntário? É capitão do time de futebol? Descreva tudo isso para que o recrutador possa saber um pouco mais sobre você.
Pesquise tudo sobre as empresas em que quer trabalhar
Pesquise, pesquise, pesquise. Quando vir uma vaga interessante, entre no site da empresa, leia tudo o que puder sobre ela, seu segmento de atuação e sua participação de mercado nacional e quem sabe internacional também.
Conheça sua missão, valores e propósitos. “É importante entender o que a empresa valoriza, se isso combina com você e se você vai se sentir feliz lá dentro”, explica a especialista.
Não pare de aprender
Se você estiver desempregado, aproveite para melhorar seu currículo fazendo cursos online gratuitos. O mercado é exigente e os profissionais mais bem capacitados certamente têm mais chances de conseguir uma vaga.
Dedique-se, estude, não pare de aprender. Melhore o seu inglês, avance no seu domínio de Excel, aprenda a programar. Pense no que você pode melhorar hoje e não fique parado.
Controle sua ansiedade
Se você estiver empregado, já venceu um grande desafio. No entanto, as dificuldades não param por aí.
Luana observa que o jovem que entra no mercado de trabalho hoje tem uma necessidade de respostas rápidas, quase imediatas.
“Ele quer saber se o que fez deu resultado, se está no caminho certo”, afirma. Acontece que, nas empresas, nem tudo funciona dessa forma.Alguns feedbacks levam tempo. Outros simplesmente não chegam.
Uma forma de controlar a ansiedade é traçar metas de curto e médio prazo com indicadores claros para você acompanhar sua evolução e descobrir que pontos precisam ser melhorados.
Faça um trabalho de autoconhecimento
Para saber onde você ainda pode melhorar, é muito importante que você conheça seus pontos fortes e seus pontos fracos. É a partir desse conhecimento que você pode direcionar sua carreira e suas escolhas profissionais de forma eficiente para chegar onde você quer.
“Dificilmente vejo jovens que sabem de verdade no que são bons e quais são seus potenciais”, diz Luana. Preste atenção nisso porque é sempre mais fácil (e produtivo) direcionar seu desenvolvimento com foco nas suas habilidades.
Começar uma carreira não é fácil, mas você viu que, assim como muitos desafios pela frente, você também pode encontrar muitas oportunidades para os jovens no mercado de trabalho. Conte com a gente nessa incrível jornada!
fonte:
https://www.vagas.com.br/profissoes/jovens-mercado-trabalho/
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