O Brasil registrou 26,3 milhões de trabalhadores desempregados e subocupados
no segundo trimestre, informou nesta quinta-feira (16) o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de desemprego ter
caído um pouco nos últimos meses, ainda há muita gente em busca de um
trabalho no Brasil.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho agrega os
trabalhadores desempregados, aqueles que estão subocupados por
insuficiência de horas trabalhadas e os que fazem parte da força de
trabalho potencial (não estão procurando emprego).
Em tempos de concorrência alta, o que o profissional pode fazer para ser escolhido para uma vaga de trabalho?
Segundo especialistas em carreira e recursos humanos ouvidos pelo G1,
o primeiro passo é mostrar que está disponível para o mercado de
trabalho, ou seja, não ter vergonha de falar sobre o desemprego.
“A melhor forma é ser transparente. O profissional deve deixar claro a
amigos, colegas, ex-parceiros de trabalho e familiares que está
disponível para novas oportunidades. Profissionais de todos os níveis
estão sujeitos à demissão e as razões não se limitam à baixa
performance. Bons profissionais também podem ser dispensados devido a
necessidades de ajustes na companhia e a algum momento desafiador do
mercado”, afirma Fernando Mantovani, gerente geral da Robert Half.
Lucas Oggiam, gerente da Page Personnel, consultoria de recrutamento
para cargos de nível técnico e suporte à gerência, indica que o
profissional converse primeiramente com as pessoas mais próximas.
“Ninguém é responsável por nossa recolocação, somos os principais
interessados. Com isso, mostrar-se disponível e grato a ajuda de outros é
muito importante”, diz.
Veja abaixo 10 dicas para conseguir emprego:
1) Networking e amigos
“O primeiro passo é comunicar a rede de contatos de que está disponível
para novos desafios no mercado de trabalho. Depois, é hora de fazer um
mapeamento para alinhar as expectativas pessoais à realidade”, indica
Mantovani.
2) Não “atirar” para todo lado
Mandar currículo para todas as oportunidades que aparecem não é uma boa
opção para quem está em busca de um emprego. “Os principais erros ao
procurar emprego podem ser resumidos a enviar o mesmo currículo para uma
série de vagas sem tomar o cuidado de verificar se possui as
qualificações técnicas e comportamentais desejadas pelo empregador ou
sem personalizar com palavras-chave que tenham relação com o anúncio”,
diz Mantovani.
3) Currículo atualizado
É comum esquecer de atualizar o currículo ou não colocar a informação
de um curso logo após a conclusão. Mas na hora em que se começa uma
busca efetiva por um emprego, o profissional precisa deixar o documento
atualizado com suas informações profissionais e, principalmente, de
contato.
4) Autoconhecimento
“É preciso fazer uma análise sobre a oportunidade como um todo,
incluindo afinidade com a vaga e a empresa em questão, além de chances
de aprendizado e crescimento profissional”, diz Mantovani. Segundo ele, o
salário não deve ser o principal fator na hora de procurar emprego.
5) Explicando a demissão
Segundo os especialistas, o profissional não precisa explicar os
motivos de sua demissão no currículo, mas terá que falar sobre o assunto
na entrevista. “A transparência sempre é o melhor caminho, seja honesto
e verdadeiro. Porém, é importante ficar atento para não demonstrar em
seu discurso tons de reclamação ou fofoca. Isso não é bem visto por
recrutadores”, indica Oggiam.
6) Salário
De acordo com Oggiam, o profissional que está desempregado acaba
perdendo uma parte do seu poder de negociação para uma nova
oportunidade. “Com isso, mantenha-se aberto para oportunidades que em
casos sejam cargos ou remuneração abaixo do que possuía anteriormente”,
afirma.
“Outra dica é não mencionar o salário no currículo, porque se por um
lado a informação te direciona para oportunidades desejadas, por outro
pode te excluir de vagas interessantes”, diz Mantovani.
7) Flexibilidade para novos projetos e desafios
Segundo Oggiam, o profissional deve estar aberto a avaliar o que o
mercado pode oferecer. “Existem ótimas oportunidades em projetos
especializados com tempo de duração determinado. Elas podem se
transformar em um emprego permanente ou preparar o profissional para
outros trabalhos”, afirma.
8) Prepara-se para a entrevista
Pesquisar sobre a empresa é essencial para ter um bom desempenho na
entrevista. O profissional deve conhecer a companhia e demonstrar
interesse nela também, e não somente no cargo.
O profissional deve “vender” suas realizações e resultados obtidos
durante a carreira. “É importante, nesse momento da entrevista, destacar
quais ações proativas contribuíram para que não se tornasse um
profissional desatualizado, seja por meio de cursos on-line, palestras,
workshops ou outras atividades”, diz Mantovani.
9) Ansiedade
Quem está procurando emprego fica aflito esperando respostas positivas
ou negativas, mas o profissional não deve transferir isso para a pessoa
que deveria dar o feedback. “Ficar desempregado nunca é fácil, e todos
temos responsabilidades com as quais arcar. Porém, transferir nossa
ansiedade em relação a uma recolocação para o recrutador ou indicação,
não é uma atitude bem vista”, diz Oggiam.
10) Não desistir
Mesmo quando você receber um não, persista na busca pelo emprego.
“Nunca é fácil falar sobre o assunto desemprego, é uma realidade que nos
incomoda; porém, é algo que a vasta maioria já passou em algum momento
da carreira – ou ainda irá passar. Portanto, não há motivo para
vergonha”, ressalta Oggiam.
FONTE: G1 ECONOMIA
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