Sofrer bullying no trabalho pode prejudicar a saúde física e mental de qualquer profissional, além de praticamente minar sua produtividade e autoconfiança. Ambientes tóxicos em que esse tipo de situação acontece, infelizmente, não são exceção no mundo.
No Brasil, uma pesquisa feita pela VAGAS e divulgada pela BBC, indicou que 52% dos profissionais de todas as regiões do país já tinham sido vítimas de bullying. E, entre os que não tinham passado por isso, 34% já haviam presenciado alguma cena desse tipo com colegas. No Reino Unido, outra pesquisa indicou que nada menos do que 81% dos profissionais já passaram por isso em algum momento da carreira. Entre as mulheres, a fatia é ainda mais – 84% já sofreram bullying (contra 75% dos homens).
Neste artigo você verá:
Existe bullying no trabalho?
Sim, infelizmente existe bullying no trabalho, embora muitas vezes o termo esteja mais associado a crianças e adolescentes em ambiente escolar. E é importante ressaltar que, embora menos em evidência, o bullying no trabalho ocorre com muita frequência, como indicam as pesquisas citadas no início do texto.
Bullying e assédio moral são a mesma coisa?
Bullying e assédio moral têm muitas semelhanças, mas não são a mesma coisa. Bullying vem de “bully”, que, em inglês, significa
valentão, intimidador, agressor. Como verbo, “bully” quer dizer intimidar, ameaçar, agredir, amedrontar, maltratar.
O bullying, então, é um comportamento praticado por uma pessoa ou um grupo de pessoas para intimidar (maltratar, ameaçar ou amedrontar) alguém por meio de atos contínuos e intencionais de violência física, verbal ou virtual. Essas violências podem ocorrer por meio de ofensas, piadas, agressões físicas e psicológicas ou tentativa intencional de isolar a vítima do grupo.
A diferença principal do bullying para o assédio moral é que ele é declarado, feito abertamente, enquanto o assédio moral, praticado em geral por alguém com poder sobre a vítima (seu chefe, por exemplo), pode ser feito de forma discreta ou velada, o que o torna mais difícil de ser comprovado.
Consequências do bullying no trabalho
Apesar dessa diferença entre bullying e assédio moral, os efeitos que eles causam são bastante semelhantes – e também bastante nocivos. Confira os principais a seguir.
Isolamento
Pessoas que sofrem bullying tendem a se sentir isoladas do grupo e perder o sentimento de “fazer parte” do ambiente.
Perda da autoconfiança
O sofrimento causado pelas agressões fazem as vítimas duvidarem da sua própria capacidade de trabalhar e se relacionar com os demais.
Quebra de confiança nas relações
O ambiente tóxico em que o bullying se desenvolve mina a confiança entre as pessoas. A vítima não se sente segura naquele local. E mesmo quem não está sofrendo agressões naquele momento sente que pode ser o próximo a passar por isso.
Perda de produtividade
A perda de produtividade da vítima está diretamente relacionada à sua falta de capacidade de concentração e à sua perda de motivação para o trabalho nessa situação.
Sofrimento constante
As vítimas vivem em sofrimento físico e psicológico constante.
Demissão
É muito comum que a vítima sinta-se esgotada nessa situação e acabe pedindo demissão da empresa como única forma de cuidar da sua saúde física e mental.
Exemplos de bullying no trabalho
O bullying é uma prática constante realizada por uma pessoa ou um grupo de pessoas com objetivo de intimidar a(s) vítima(s). Portanto, para que seja considerado bullying, o comportamento precisa ser frequente. Uma discussão entre colegas – mesmo que haja ofensa verbal ou física – não caracteriza o bullying.
Por outro lado, uma piada frequente sobre a aparência da vítima ou uma possível dificuldade que ela tenha com algum assunto é um exemplo claro de bullying.
É bullying no trabalho depreciar alguém com frequência, fazer chantagens ou assediá-lo sexual ou verbalmente.
Outra forma comum de bullying é induzir o grupo a fazer piadas sobre determinada pessoa. Mais uma vez: essa atitude é bullying apenas se for praticada com frequência. Se houver uma piada eventual, por mais constrangedora que seja, isso não é bullying.
O que fazer se você for ou conhecer uma vítima de bullying no trabalho
Esperamos que você nunca sofra bullying no trabalho. Porém, se isso acontecer com você, a recomendação é:
- se for viável, converse francamente com o agressor e diga como se sente;
- se a conversa for impossível ou não tiver resultado, procure saber se a empresa tem uma política contra agressões para saber como agir;
- reúna provas do bullying (mensagens, gravação de áudio, o que for preciso)
- tendo ou não uma política clara da empresa, procure o RH ou o seu chefe (se ele não for o próprio agressor, é claro) para relatar o ocorrido e apresente as provas;
- se nada for feito, comece a procurar outro emprego e considere a possibilidade de processar a empresa. Para isso, guarde todas as provas tanto do bullying quanto das suas tentativas de resolver a questão internamente;
- a vítima do bullying nunca tem culpa. Tenha consciência disso e entenda que você não é o problema aqui. Muitas vezes, as vítimas de bullying são pessoas que se destacam por algum motivo (porque têm alto desempenho, são felizes na vida pessoal, sabem mais, têm mais cultura, são mais bonitos). Portanto, não deixe o bullying acabar com o que você tem de melhor.
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