Exaustão, irritabilidade e apagões na memória. Veja como reconhecer alguns sintomas do burnout e como se precaver do esgotamento total.
A maioria dos profissionais passa por situações estressantes e desafiadoras no ambiente de trabalho. Problemas com prazos de entrega apertados, falta de comunicação e reuniões delicadas de feedback. Mas e quando esse estresse avança e se torna crônico? Neste caso, provavelmente você está com burnout.
Essa palavra em inglês, traduzindo para o português, significa que você está esgotado mentalmente. E um estudo revela que você não está sozinho nessa: um a cada cinco brasileiros estão sentindo na pele os efeitos do burnout.
Mas como sei que estou esgotado? De que forma consigo retomar minha saúde mental e como consigo evitar esse estresse? Continue neste post que você descobrirá as respostas para essas e outras perguntas relacionadas à síndrome do esgotamento profissional.
Veja também: Como melhorar sua qualidade de vida no trabalho?
Neste artigo você verá:
O que é a síndrome de burnout?
A síndrome de burnout é um estado de exaustão mental e física. É como se a pessoa sentisse um apagão e o cérebro chegasse ao limite.
Você já sentiu aquela exaustão que parece interminável, onde a energia parece ter se esgotado completamente? A dificuldade em se concentrar, o desânimo e a sensação de fracasso podem ser avassaladores.
Na visão da Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é o resultado do “estresse crônico no local de trabalho” e foi considerado uma doença, de fato, apenas em 2019.
No entanto, há estudos que indicam que não se trata de uma doença exclusiva do ambiente de trabalho. Mães e pessoas que cuidam de pessoas idosas também estão expostas aos sintomas da doença.
Quais são os três pilares da Síndrome de Burnout?
Exaustão emocional: é quando a pessoa se sente completamente cansada, a cada nova tarefa é como se ela estivesse numa batalha pessoal contra todos. Perde o interesse no trabalho e em algumas atividades da vida pessoal.
Despersonalização: é a falta de sentimento, de empatia pelos outros. Por exemplo, quando colegas de trabalho relatam questões particulares desafiadoras e a pessoa não esboça reação alguma.
Baixa realização profissional: este é o que chamamos de “o fundo do poço”, quando a pessoa se isola dos demais porque tem um ou mais dos seguintes sintomas: depressão, sonolência, irritabilidade, transtorno alimentar, dores no corpo e transtorno do sono.
O que causa a síndrome de burnout?
É difícil diagnosticar causas da doença de burnout, recomenda-se que esse diagnóstico seja dado por profissionais da área da saúde mental, inclusive. Todavia, especialistas destacam que as causas comuns do esgotamento mental incluem:
- falta de suporte social adequado;
- sobrecarga de trabalho seja em nas tarefas domésticas ou como profissional;
- problemas de sociabilidade na escola ou no trabalho;
- falta de autocuidado.
Quais os sintomas da síndrome de burnout?
E quais são os sintomas dessa doença mental? Como descobrir se você tem ou não a síndrome do esgotamento profissional? Simples, comece a observar o comportamento de seu corpo e suas reações emocionais, se você encontrar muitos dos sintomas abaixo relacionados, é hora de procurar ajuda médica:
- ansiedade;
- depressão;
- dores de cabeça e dores no corpo;
- mudanças nos padrões de sono;
- problemas de concentração;
- falta de vontade em se relacionar com o parceiro;
- fadiga;
- falta de ar;
- tensão muscular;
- falta de motivação;
- irritabilidade;
- esquecimento;
- crises de choro;
- redução da capacidade de concentração.
Do ponto de vista emocional, traduzimos os sintomas nos seguintes tópicos para facilitar seu autodiagnóstico e buscar ajuda de um psicólogo:
Você não consegue se concentrar
Se você olha para a tela do computador durante o dia todo e não consegue manter o foco para produzir qualquer coisa, é bom ficar atento. Você pode estar começando a se sentir esgotado. É hora de mudar sua rotina.
Você evita interagir com outras pessoas
Atenção: se você não sente vontade de participar de reuniões, atender telefone, conversar qualquer bobagem na hora do café ou até mesmo sair da sua mesa, possivelmente você está próximo do esgotamento total.
Você assume uma máscara
Um indicador claro de que o burnout está próximo é você deixar de ser autêntico. É como se você usasse uma máscara de que “está tudo ok” e se escondesse atrás dela. Se isso estiver acontecendo, é hora de parar para avaliar a situação.
Se não for possível conversar abertamente com o chefe e a equipe, faça uma autorreflexão. Liste seus principais valores e questione-se sobre como seu trabalho atual está alinhado a esses valores. Se a resposta não for satisfatória, crie um plano para promover o alinhamento entre eles.
Você está sempre irritado
Irritabilidade é um sintoma menos reconhecido de burnout, mas pode ter um impacto significativo em suas relações no trabalho e fora dele.
Quando alguém está sofrendo de burnout, a sensação de ineficiência e falta de propósito pode levar à irritação. Se você está enfrentando esse sentimento, é importante investigar suas causas para encontrar soluções e recuperar o equilíbrio.
Você se tornou cínico
Conforme especialistas, a desilusão e o cinismo são sinais de exaustão no trabalho. Quando você começa a questionar a relevância do que faz, é um sinal preocupante. Embora todos tenhamos dias ruins, sentir-se constantemente assim pode indicar um problema maior que precisa ser enfrentado.
Vale tentar se envolver em um grupo ou tarefa diferente do que você está fazendo atualmente para mudar o ritmo, trabalhar com pessoas diferentes ou obter uma nova perspectiva.
Veja também: 7 atitudes positivas no trabalho que você pode praticar
Quais as sequelas do burnout?
Como já mencionamos aqui neste post, o burnout afeta a saúde física e mental. As sequelas mais comuns variam desde insatisfação no trabalho, problemas interpessoais, dores de cabeça e no corpo, exaustão emocional, intenção de desistir da profissão e de outros prazeres da vida.
Há ainda outras sequelas menos comuns, mas que podem estar relacionadas à síndrome, são elas: falta de apetite, insônia e tensão muscular.
Como é o tratamento?
Restaurar o equilíbrio após o burnout, requer paz e reflexão para fazer as escolhas necessárias. Isso geralmente significa que as coisas precisam mudar. É isso mesmo, às vezes é possível se recuperar sozinho com a ajuda de familiares ou amigos, mas na maioria das vezes você vai precisar da ajuda de um profissional.
5 dicas para evitar a síndrome
Não adianta apenas superar o burnout, ele pode voltar a qualquer momento caso você não mude sua rotina de trabalho e da vida pessoal. Quer saber como? Confira as dicas que separamos a seguir:
1. Priorize o autocuidado
É essencial reabastecer sua energia física e emocional, juntamente com sua capacidade de concentração, priorizando bons hábitos de sono, nutrição, exercícios, conexão social e práticas que promovam o bem-estar.
2. Reduza a exposição a estressores do trabalho
Você também terá de reduzir ou até eliminar atividades que desencadeiam estresse na sua rotina. Isso envolve redefinir as expectativas de colegas, clientes e até familiares sobre o que e quanto você está disposto a assumir.
3. Determine horários para as atividades
Em casa, você precisa cuidar das refeições, dos filhos (se tiver), da roupa suja, das plantas e de tudo mais o que for aparecendo pela frente. É praticamente um cenário ideal para desenvolver síndrome de burnout.
Para evitar que isso aconteça, respeite os horários de refeições, trabalho e rotina doméstica. Tudo junto e misturado não é uma boa ideia.
4. Pare de trabalhar quando estiver “fora do trabalho”
É importante separar o tempo que você se dedica à atividade profissional e às atividades da vida pessoal.
É um erro querer parecer muito produtivo aproveitando cada minuto do dia e da noite para checar e-mails e responder Whatsapp de trabalho. O prejuízo para sua saúde mental pode ser imenso. E para sua produtividade também.
5. Conecte-se com as pessoas
Sim, uma das melhores maneiras de espantar o burnout é construir um rico networking. Conhecer e interagir com pessoas vai te ajudar no desenvolvimento pessoal e profissional contínuo.
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