segunda-feira, 29 de abril de 2024

Equilíbrio entre maternidade e trabalho: dicas para mães que desejam ter sucesso em ambas as áreas

 

A maternidade marca uma nova fase na vida de muitas mulheres, repleta de alegrias, desafios e ajustes para encontrar o equilíbrio entre os papéis de mãe e profissional. Veja como trilhar essa nova fase da vida de forma mais confiante

Imagem de uma mulher brincando com uma criança no colo no escritório

Equilibrar as demandas da maternidade com as responsabilidades profissionais é um desafio enfrentado por muitas mães em todo o mundo. Encontrar o ponto ideal onde a dedicação à família se harmoniza com a busca pelo sucesso no trabalho pode parecer uma tarefa complexa, certo?

No entanto, é possível alcançar esse equilíbrio e prosperar tanto na carreira como no papel de mãe cuidadora. Quer saber como? 

Negociar e pedir ajuda são palavras-chave nesse processo. Neste texto, exploraremos dicas e estratégias para ajudar as mães a trilhar esse caminho, que, embora apresente obstáculos e um panorama desfavorável, é possível de ser superado! 

Neste artigo você verá:

Qual o panorama atual das mães no mercado de trabalho?

A experiência de ser mãe e profissional mudou nas últimas décadas, com mais mulheres frequentando a faculdade, adiando a maternidade e permanecendo no mercado de trabalho após o nascimento de um filho.

No entanto, quando fazemos um panorama da atuação das mulheres no mercado de trabalho comparada com os homens, observamos uma boa distinção em como elas são tratadas em comparação a eles. 

“Embora as taxas de emprego das mulheres tenham aumentado nos últimos anos, ainda estão aquém das dos homens. Elas trabalham mais em empregos com jornadas reduzidas, recebem menos e muitas vezes ainda assumem a maior parte das responsabilidades domésticas e de cuidados com as crianças”, destaca relatório da União Europeia (UE) sobre o tema.

O estudo da UE mostra que as mulheres ganham, em média, 13,0% a menos que os homens, no Brasil, essa diferença é ainda maior, 22%, segundo dados do IBGE. Essa disparidade salarial persiste em todos os níveis de ocupação, impactando negativamente as mulheres em suas trajetórias profissionais e financeiras.

E a maternidade é um importante fator na desigualdade de gênero no mercado de trabalho e ainda olha com preconceito para as mães. De acordo com a pesquisa Licença-maternidade e suas consequências no mercado de trabalho, da FGV, 48% das mães no Brasil perdem o emprego após a maternidade. Por que isso acaba acontecendo? 

As mulheres muitas vezes enfrentam dificuldades após a licença-maternidade, incluindo discriminação, redução da empregabilidade e desafios na progressão da carreira. A responsabilidade adicional dos cuidados com os filhos pode levar algumas mulheres a deixarem o mercado de trabalho ou enfrentarem conflitos com seus empregadores. Mais adiante vamos nos aprofundar nessas adversidades e como vencê-las. Confira! 

Leia também: Auxílio maternidade: entenda o que é, quem tem direito e como dar entrada

Quais são os principais desafios?

As mulheres enfrentam desafios sociais significativos na volta ao mercado de trabalho, tais como segregação ocupacional e discriminação salarial.  Além disso, elas sofrem uma batalha interna psicológica para serem boas mães e profissionais. 

Vejamos a seguir estes e outros obstáculos delas ao equilibrar carreira e maternidade: 

Segregação ocupacional 

A segregação ocupacional, onde as mulheres são mais propensas a trabalhar em setores de baixos salários, contribui para a disparidade salarial. Isso pode ser resultado de barreiras de acesso a certas profissões, expectativas sociais de gênero ou discriminação no recrutamento. 

Falta de políticas de igualdade de gênero

A ausência de políticas eficazes de igualdade de gênero como licença parental remunerada e medidas para promover a igualdade de oportunidades no local de trabalho, também pode contribuir para a disparidade salarial de gênero. Só para se ter uma ideia, de acordo com o relatório global de lacuna por gênero de 2023 revela que o Brasil pode demorar até 53 anos para alcançar condições de equidade.

Partilha desigual das responsabilidades de cuidado 

As mulheres ainda assumem a maior parte do trabalho doméstico e dos cuidados com as crianças. Além do cansaço físico, a sobrecarga de papéis também pode ter um impacto emocional profundo nas mulheres. Sentimentos de estresse, frustração, culpa e até mesmo ressentimento podem surgir quando elas se veem constantemente responsáveis por todas as tarefas domésticas e de cuidado, sem o apoio adequado.

Custos de cuidados infantis

O aumento dos custos dos cuidados infantis torna difícil para muitas mulheres ingressarem ou permanecerem no mercado de trabalho, isso porque o salário delas muitas vezes é menor do que os gastos com creches ou cuidadoras. De acordo com levantamento do Bank of America, os pagamentos de cuidados infantis aumentaram mais de 30% desde 2019.

Discriminação salarial direta 

Em alguns casos, as mulheres podem receber salários mais baixos do que os homens pelo mesmo trabalho, o que constitui discriminação salarial direta e é ilegal em muitos países como é o caso no Brasil. Em 2023, a Lei 14.611 passou a exigir do mercado que empresas com mais de 100 empregados adotem práticas para garantir igualdade salarial e critérios remuneratórios entre os gêneros.

Quais são as regras estabelecidas pela CLT para equilibrar trabalho e maternidade?

Apesar dos desafios, as mães podem encontrar um certo amparo na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), lei que rege as relações trabalhistas no Brasil. Eis os principais pontos de questões relacionadas à maternidade e ao trabalho destacados na CLT: 

Licença maternidade

A CLT garante às trabalhadoras gestantes o direito à licença maternidade remunerada. Atualmente, a licença maternidade é de 120 dias (4 meses), podendo ser prorrogada em casos de parto prematuro, nascimento de múltiplos (gêmeos, trigêmeos, etc.) ou em caso de adoção.

Estabilidade no emprego

Durante o período de gravidez e até cinco meses após o parto, a empregada gestante tem direito à estabilidade no emprego, ou seja, não pode ser demitida sem justa causa. Essa estabilidade visa proteger a trabalhadora gestante de possíveis demissões discriminatórias.

Intervalos para amamentação

A lei estabelece que as empresas com mais de 30 funcionárias com mais de 16 anos devem ter um local apropriado para que as mães amamentem seus filhos ou para que retirem e armazenem o leite materno durante a jornada de trabalho. Além disso, a legislação prevê dois intervalos de 30 minutos cada para amamentação até que o bebê complete seis meses de idade.

Proibição de trabalho em condições insalubres

É proibido o trabalho de gestantes e lactantes em locais ou atividades considerados insalubres, ou seja, que ofereçam risco à saúde da mãe ou do bebê.

Proibição de discriminação

A CLT estabelece que é proibido discriminar a mulher em razão da gravidez ou estado de maternidade no momento da contratação, durante a vigência do contrato de trabalho ou em relação à sua remuneração.

Para além da CLT, ainda existe no Brasil o programa do governo chamado de empresa cidadã, que permite a prorrogação da licença maternidade para as funcionárias de empresas participantes. Essa prorrogação, conhecida como licença maternidade estendida, oferece um período adicional de mais dois meses de afastamento remunerado para a mãe, visando proporcionar mais tempo para os cuidados com o recém-nascido. 

Leia também: 8 mulheres na liderança que fizeram a diferença 

Como retornar ao mercado de trabalho: dicas para facilitar a vida das mães  

Desde a negociação de flexibilidade no horário de trabalho até o cuidado com o bem-estar emocional, veja como retornar ao mercado de trabalho após a maternidade é possível com um pouco de planejamento e contando com a ajuda de outras pessoas. Confira nosso guia de dicas! 

Organize a logística 

Planeje com antecedência a logística relacionada ao cuidado do bebê durante o seu horário de trabalho. Certifique-se de ter arranjos confiáveis de cuidados infantis, como creches, babás ou familiares que possam ajudar durante o período em que você estiver no trabalho.

Prepare-se emocionalmente 

Esteja preparada para lidar com emoções mistas durante esse período de transição. É natural sentir ansiedade, culpa ou tristeza ao deixar seu bebê pela primeira vez, mas lembre-se de que você está fazendo o melhor para sua família ao retornar ao trabalho.

Estabeleça limites saudáveis 

Encontre um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal, estabelecendo limites claros entre os dois. Tente reservar um tempo de qualidade para passar com seu bebê e com sua família fora do horário de trabalho, e não tenha medo de pedir apoio quando precisar.

Negocie a flexibilização de seu horário de trabalho 

Se for possível no tipo de trabalho que você atua, converse com seu empregador sobre opções de trabalho flexíveis, como horários de trabalho ajustados, trabalho remoto ou meio período. Essa flexibilidade pode ajudar na transição e na conciliação das responsabilidades familiares com as profissionais.

Aceite ajuda e não se comparar com outras mães

É vital compreender que o apoio pode desempenhar um papel vital no equilíbrio entre vida profissional e pessoal; portanto, aceite ajuda de amigos e familiares para a creche do seu filho. Não há vergonha em aceitar ajuda de pessoas que te amam e te apoiam na jornada. 

Além disso, evite se comparar com outras mães e pais que você vê na escola ou creche de seus filhos e lembre-se de que cada indivíduo é diferente e as escolhas que eles fazem são diferentes. 

Priorize o seu tempo

Planeje seu tempo de forma que lhe permita priorizar seu trabalho e sua família. Com a ajuda da tecnologia e de uma lista de tarefas, você poderá gerenciar suas tarefas com sucesso, sem erros, e criar um plano que inclua tanto seu trabalho quanto sua família. 

Aprenda a dar vazão às suas tarefas com base na urgência e prioridade. Isso ajudará a evitar que as tarefas se sobreponham ou concorram entre si.

Tire um tempo para você

No quebra-cabeça do malabarismo entre trabalho e família, é muito fácil esquecer de si mesmo e do autocuidado. É muito importante que você reserve um tempo para si mesmo. O autocuidado não é negociável, é muito importante se dedicar a um hobby, praticar mindfulness ou simplesmente desfrutar de um momento tranquilo. 

Encontrar o equilíbrio entre a maternidade e o trabalho pode ser um desafio constante, mas com paciência, flexibilidade e determinação, é possível alcançar o sucesso em ambas as áreas. Lembre-se de que você é uma mãe incrível e uma profissional talentosa, capaz de enfrentar qualquer desafio que a vida lhe apresentar.


fonte:

https://profissoes.vagas.com.br/maternidade-e-trabalho/

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