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Ser um gestor workaholic pode ser mais improdutivo do que você imagina. Entenda como você pode superar esse comportamento.
Você
está sempre ocupado, trabalha sem parar, cuida mal da saúde e se sente
esgotado. Ainda assim, no final do dia, tem a sensação de que não
conseguiu dar conta de tudo. Essa é a sua vida? Bem-vindo ao time.
É bem
possível que você seja viciado em trabalho – ou que esteja trabalhando para um diretor workaholic.
Como o mercado vê o workaholic
O termo não é novidade no mercado,
mas continua fazendo muito estrago na vida dos profissionais,
especialmente os gestores. Afinal, desde a década de 1980 que a ideia de
ser workaholic domina o mundo executivo.
“As pessoas acreditam que serão admiradas pela quantidade de horas que trabalham e não por sua efetividade”, diz o coach Silvio Celestino. No entanto, o que de fato deveria ser valorizado pela empresa é o profissional de alto desempenho,
o peak performer. “A principal característica de um peak performer é
ser focado na entrega do resultado, ao contrário do workaholic, que é
viciado em manter-se ocupado”, diz o coach.
O problema é que, se você for um
gerente peak performer e entregar tudo que precisa até às 17h, mas seu
diretor for um workaholic, que não termina nada antes das 20h, ele vai
achar que você está trabalhando pouco.
E faz sentido, não? Quantas vezes
você foi observado quando foi embora mais cedo? E quantas vezes se
justificou por chegar um pouco mais tarde – ainda que não houvesse
qualquer necessidade de se justificar?
Ou seja, as próprias empresas se
meteram em uma verdadeira armadilha valorizando excessivamente as horas
de trabalho em detrimento do resultado
que de fato o profissional entrega. Muitas vezes, a pessoa que trabalha
mais horas é promovida, por não saber ou não conseguir fazer as coisas
em menor tempo e sem erros.
No entanto, aquela que é eficaz na entrega é
desconsiderada porque se dedica mais a aprender e aplicar conhecimento
em vez de somente esforço em seu trabalho.
Por que estamos sempre sobrecarregados?
Alguns sinais podem ser observados para saber se você está viciado em trabalho.
Mas um fator que faz com que os profissionais fiquem sobrecarregados
também está relacionado à situação econômica do país. Como explica
Silvio Celestino, sócio da Alliance Coaching, não é difícil o leitor
perceber que seu salário compra cada vez menos, ao mesmo tempo em que as
mercadorias são vendidas ou a preços maiores ou em pesos e tamanhos
cada vez menores, mas com o mesmo preço. Isso é sintoma de inflação na
economia.
“Em processos inflacionários tudo
perde valor, inclusive o trabalho”, afirma Celestino. “Por esta razão,
todos nós, especialmente gestores, temos que nos preocupar em ganhar
cada vez mais e isso faz com que a agenda e, principalmente, o tempo
mental seja ocupado cem por cento com o trabalho”, explica. E tem mais.
“Se uma empresa consegue contratar alguém que dá conta de um trabalho
que, em condições normais, requer duas pessoas, então é claro que este
profissional será valorizado”, afirma ele.
Essa rotina sobrecarregada, no entanto, é prejudicial para a produtividade de qualquer pessoa. “Hoje
se sabe que as pessoas que terão maior desempenho são aquelas que têm
grande preocupação com seus períodos de reenergização”, diz o coach.
Isso significa que sem momentos de descanso, atividade física e lazer,
por exemplo, a sua performance estará comprometida no longo prazo e você
corre o risco de um esgotamento que pode ser de caráter físico, mental
ou emocional – a chamada síndrome de burnout.
Como superar o vício de estar sempre ocupado
Para se afastar do vício de se manter ocupado, o coach recomenda algumas ações importantes. Veja abaixo o que você pode observar e fazer a partir de hoje:
Faça uma autoavaliação
Começar com uma autoavaliação para
descobrir onde está o problema é uma boa alternativa. “Se possível, peça
ajuda a um mentor ou um coach para auxiliá-lo nesta reflexão e,
principalmente, no desenho de ações que o permitam sair desta verdadeira
corrida dos ratos”, diz ele.
Calcule quanto tempo você gasta com trabalho
Em geral, você pode começar pela
consciência de que, se já está usando 100% do seu tempo para o trabalho e
não atingiu o padrão de vida que deseja, a única forma de ganhar mais
dinheiro é trabalhando menos, por mais incrível que pareça. “Se você não
fizer isso, não terá tempo para pensar no que fazer para ganhar mais
dinheiro”, alerta.
Desacelere para evoluir em sua carreira
Você precisa desacelerar para
entender o que está faltando para evoluir na carreira ou na própria
remuneração. E aqui o coach faz outro alerta importante: em geral o
brasileiro estuda pouco e mal – ou seja, estuda poucas horas por ano
sobre temas que são irrelevantes para o planejamento de sua vida como um
todo.
“Infelizmente, os profissionais pensam primeiro em ganhar
dinheiro, depois resolver todos os problemas e, por último, ficar mais
inteligente”, afirma. Por mais óbvio que pareça, no entanto, sem estudo e
conhecimento, nenhuma das outras ações dará o resultado desejado em
bases sólidas e duradouras.
Analise como deve ser seu futuro
A dica prática de Celestino é definir
a pessoa que você quer ser no final da vida e, a partir dessa
definição, construir seus planos para chegar até lá. O que você precisa
estudar, o que precisa desenvolver, que passos tem que dar? Sem esquecer
que é preciso considerar tempos de descanso, exercícios físicos e lazer
para ter energia e saúde para tudo o que precisa fazer.
Segundo o especialista, as vantagens
de escapar desse vício de estar sempre ocupado sem de fato evoluir são o
desenvolvimento da consciência da vida que você quer, a inteligência
para planejá-la, a energia para agir, a capacidade de aguentar as
adversidades e ser resiliente, e, é claro, a enorme satisfação de viver a
vida que sonhou com qualidade e inspiração. Vale a pena tentar, não?
FONTE:
https://www.vagas.com.br/profissoes/acontece/no-mercado/viciado-em-trabalho-talvez-por-isso-voce-esteja-tao-cansado/
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