Graduação tecnológica
prepara o aluno para o mercado de trabalho
Cursos
tecnólogos são uma opção para quem busca conhecimentos mais focados na prática.
Formação em menor tempo e status de graduação são algumas das vantagens.
Bacharel
em Educação Física e com um curso técnico em Meio Ambiente na bagagem, o
consultor Kelson Bravos, de 60 anos, escolheu a graduação tecnológica para se
especializar.
Em fase de conclusão dos dois anos em Gestão Ambiental, pela
Faculdade de Tecnologia Intensiva (Fateci), Kelson já colhe os resultados
positivos.
“Aumentou a minha clientela e você se valoriza.”
O
consultor trabalha com gestão ambiental desde 2010 e observa um mercado com
oportunidades e “carente” de profissionais na área.
“Principalmente no Pecém.”
Satisfeito com a graduação, ele ressalta as vantagens da modalidade.
“Abrange
mais aquilo que o mercado pede. É mais voltado para a praticidade, saindo
direto para o mercado de trabalho.”
Kelson
não percebe preconceito do mercado em relação ao formato do curso. Pelo
contrário.
Segundo ele, as empresas têm urgência. “O mercado quer aquele que já
possa trabalhar, que tenha experiência, pelo menos no caso de gestão ambiental.
Hoje em dia, o mercado quer imediatismo.”
Regulamentação
A
educação profissional está prevista na Lei Federal n° 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB).
Desde
então, os cursos tecnólogos vêm sendo regulamentados por várias leis, decretos
e portarias.
O
Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia, lançado em 2006 pelo
Ministério da Educação (MEC), é um guia sobre o perfil de competências do
tecnólogo, carga horária mínima e infraestrutura recomendada para cada curso.
Na edição de 2016, a oferta já totaliza 134 denominações de cursos, em 13 eixos
tecnológicos.
Segundo o
coordenador do curso de Radiologia da Faculdade de Tecnologia Intensiva
(Fateci), Antônio Vitor, a graduação tecnológica passa por todo o processo de
reconhecimento como qualquer outro curso de bacharel.
“O MEC [Ministério da
Educação] visita as instalações, vê o corpo docente, avalia o conteúdo que é
ministrado”, explica.
Perfil
Desde
2004, a Fateci fomenta a graduação tecnológica. Atualmente, além do curso de
Radiologia, a faculdade oferece Gestão Ambiental e Gastronomia.
De acordo com
Vitor, um perfil heterogêneo de alunos procura o tecnólogo. Pessoas que estão
há bastante tempo sem estudar, que tenham feito concurso e queiram o diploma
para aumentar o salário, jovens também interessados em concursos públicos, além
de profissionais que já são técnicos e querem uma graduação para aumentar os
conhecimentos.
Entre as diferenças da graduação tecnológica para a tradicional, Vitor aponta a
carga horária reduzida (de dois a três anos), disciplinas direcionadas para a
atuação direta no trabalho, além da velocidade com que o profissional entra no
mercado.
“No tecnológico, a gente se preocupa muito com a especificidade das
disciplinas que vão ser apresentadas, devido ao curto período.”
Sobre a
percepção do mercado, Vitor afirma que não há receio em contratar um tecnólogo
na área de radiologia.
E aponta grandes centros de imagem, como o Hospital do
Câncer, Clínica São Carlos e o Instituto de Medicina Nuclear, como exemplos.
“Todos agora só querem tecnológico em Radiologia. Então, não vejo o mercado
olhando para esse profissional com olhos atravessados.”
Esperando
finalmente entrar na área da saúde, Riva Milene, de 42 anos, está no 6ª
semestre do curso de Radiologia da Fateci.
Antes, ela trabalhava como vendedora
no segmento de vestuário, mas sempre alimentou o sonho pelo outro setor.
Com a
formatura em fevereiro de 2018, a estudante espera conseguir um emprego e ser
reconhecida.
“Quero atuar como tecnólogo no setor de radiodiagnóstico, lidar
com pessoas, fazer os exames bem feitos para que o médico possa dar um bom
diagnóstico com o meu trabalho.”
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