Redes sociais podem ajudar a conseguir emprego?
Cuidar do perfil online é tão necessário quanto fazer um currículo
por Fernanda Bottoni*
Se você quer conseguir emprego mas nunca deu muita atenção para o que publica nas redes sociais
– e o que é publicado pelas empresas – é bem provável que esteja
perdendo boas oportunidades de conquistar a vaga que você sempre
almejou. Isso porque aquela história de que as empresas utilizam as
redes sociais para buscar determinados perfis profissionais é cada vez
mais real.
“As redes sociais certamente ajudam em uma avaliação inicial e em uma
busca mais rápida e objetiva de um perfil profissional”, afirma
Mariciane Gemin, da Asap, consultoria de recrutamento e seleção. “Nossos
consultores utilizam as redes para buscar informações sobre o histórico profissional
dos candidatos”, diz ela. “Também é interessante para buscarmos
profissionais conectados ao candidato e que possam servir como uma
referência no processo seletivo.”
Como as redes sociais ajudam a conseguir emprego
Essa atividade de buscar referência pelas redes sociais,
aliás, está transformando bem essa etapa do recrutamento. Até pouco
tempo, era comum que a empresa contratante pedisse para o candidato
indicar uma ou duas pessoas que pudessem dar “referências sobre ele”.
Mas, veja se faz sentido, quando a empresa pede para um candidato
sugerir um ex-chefe ou colega, obviamente ele vai indicar alguém que
fale muito bem dele. Ou não?
Com o uso das redes sociais, a empresa não precisa mais pedir
indicações para o candidato. É o caso da Tecnisa. Como explica Marcello
Zappia, do RH, a construtora utiliza redes sociais há muito tempo.
“Começamos com o relacionamento com clientes, mas o RH, claro, pega
carona em todas essas tecnologias”, diz ele. “Mapeando as conexões de um
candidato, conseguimos fazer uma busca mais isenta de pessoas que
possam falar sobre ele”, completa.
Sim, é isso mesmo. A empresa busca no perfil do profissional pessoas
que trabalharam com ele, foram seus pares ou chefes, por exemplo, e
entra em contato em busca de mais diversidade de opiniões.
Amigos e concorrentes
Ainda em busca de referências, acabam ocorrendo resultados
inesperados. Zappia lembra de um caso interessante. Ao abrir uma vaga de
gerente de contas, chegaram a uma pessoa mais sênior do que gostariam.
“Já tinha cargo de gerência e o ideal seria contratarmos um coordenador
que pudesse virar gerente na empresa”.
Mas o perfil do candidato era ótimo, a experiência
que ele tinha também. Então, ao mapear as conexões, acabou sendo
encontrando alguém com características semelhantes às dele, mas não tão
sênior, exatamente como a empresa sonhava. “Contratamos um coordenador
do candidato que não tinha sido promovido na antiga empresa e virou
gerente aqui.”
A história é apenas um exemplo de como você pode ser encontrado por
uma empresa pelas redes sociais, mesmo quando não está procurando nada.
Só não vale ficar neurótico querendo esconder suas conexões para não
perder a oportunidade para o colega, ok?
Espiadinha profissional
Os especialistas confirmam que também virou rotina nos processos seletivos vasculhar
nas redes sociais tudo o que puder contar pontos contra ou a favor de
um profissional. “Se eu estiver recrutando um diretor, certamente irei
até a página online dele para ver o que ele escreve, quem ele segue, por onde já passou.”
Zappia conta que já houve casos em que um candidato foi
desclassificado na fase final do processo de seleção, exatamente nessa
etapa da “espiadinha” online. “Fomos checar o perfil do finalista e vimos várias publicações que não eram alinhadas com os valores da empresa.”
Portanto, nunca é demais falar: tome cuidado com o uso que você faz
de todas essas maravilhas tecnológicas. Enquanto você está apenas se
divertindo e tentando impressionar os amigos, um recrutador pode estar
de olho no seu perfil para saber se você é adequado àquela vaga com a
qual você sonha há anos. Cuidar da sua reputação online é tão necessário quanto construir um excelente currículo.
FONTE: VAGAS.com
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