Como as novas tecnologias afetam o futuro do trabalho
Foto: o Povo |
Com processos de trabalho cada vez mais automatizados,
capacitação e conhecimento das novas tecnologias farão a diferença na
empregabilidade
A chamada Quarta Revolução Industrial vem
automatizando os processos produtivos, substituindo categorias de
emprego “braçais” por sistemas mais eficientes para as indústrias. De
acordo com o relatório “The Future of Jobs” (O Futuro dos Empregos, em
português), do Fórum Econômico Mundial, de 2016, as mudanças disruptivas
do mercado de trabalho no período 2015-2020 podem levar a uma perda
total de 7,1 milhões de empregos.
Segundo Rafaelle Sobreira,
assessora especial do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças
(IBEF) do Ceará, cada vez mais, as pessoas terão que se capacitar, pois
não haverá espaço para funções operacionais no futuro.
“Hoje tem muita
tecnologia e a capacitação das pessoas para absorver essa tecnologia é o
que vai fazer ela se manter ativa no mercado”. Diante desse cenário,
escolher profissões alinhadas com tecnologia e informática pode trazer
maior empregabilidade.
A assessora aponta que o mundo vem
adotando uma nova perspectiva – o conceito VUCA (Volatility,
Uncertainty, Complexity, Ambiguity) – sigla em inglês que se traduz em
um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
“Tudo muito rápido, onde a
gente não tem respostas claras, o que é certo e errado é questionável e
as coisas duram pouco tempo”, explica.
As novas tecnologias,
segundo Rafaelle, já afetam também os processos seletivos. A
especialista, que traz em seu currículo profissional atuação na área de
recursos humanos, explica que as empresas estão adotando a inteligência
artificial para agilizar o processo de recrutamento.
Sistemas
informatizados triam perfis de acordo com as especificações do cargo.
“Cada vez mais algoritmos e menos manual”. Rafaelle defende o fim do
recebimento de currículo de papel ou por email, como forma de ganhar
tempo e mais credibilidade no processo, antes de chegar ao momento
final, que é a entrevista do candidato.
Para o profissional
adequar-se às mudanças e experimentar novas formas de trabalho, a
coordenadora recomenda qualificação constante e flexibilidade de
pensamento. “Tem que estar aberto a fazer contratos de trabalho por
projeto.
Essa nova geração é mais rápida, tem menos apego, passa menos
tempo nas empresas, por exemplo”.
O futuro
Home office, job sharing,
escritórios compartilhados, horários flexíveis, são alguns dos formatos
de trabalho que surgem no mercado em transformação pelas novas
tecnologias.
Guilherme Said, diretor acadêmico da Escola de
Administração e Sustentabilidade Empresarial (Ease Brasil), cita os
formatos que vêm surgindo no Ceará.
Segundo Guilherme, já é possível
observar a substituição da carteira assinada pela participação
minoritária na empresa, ambientes de coworking onde o profissional
trabalha em escritório compartilhado, o tele trabalho ou home office,
prestação de serviços como consultor em várias organizações, empresas de
fora contratando um gestor ou alguns profissionais locais para
trabalharem a partir de casa.
Consultor empresarial com
experiência em educação executiva há mais de 15 anos, Guilherme defende a
postura intraempreendedora do profissional, independente do formato de
trabalho desenvolvido.
“As pessoas precisam ver-se cada vez mais como
empresa, como um prestador de serviço de excelência, um profissional
intraempreendedor, que empreende e inova dentro de uma empresa que não é
a dele.”
Para acompanhar as mudanças do mercado, Guilherme orienta desenvolver cinco habilidades:
1. Atitude empreendedora, pensando sempre em inovações e melhorias para a empresa.
2. Gestão do tempo e da energia para cumprir as metas, administrar as pressões e o estresse.
3. Inteligência emocional, desenvolvendo a capacidade de se relacionar
melhor com as pessoas e consigo mesmo, e compreender a posição do outro.
4. Liderança para inspirar pessoas e formar equipes que gerem resultados.
5. Capacidade de vender ideias e conquistar clientes.
FONTE: O POVO
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